Por trás dos MOOCs está o conectivismo.
Nesse sentido, Siemens critica o conceito de autonomia dos aprendizes, base para vários modelos de EaD:
O aprendizado autodirecionado explica os atributos dos aprendizes que aprendem em seu próprio ritmo e interesse. Isso é suficiente para descrever nossas necessidades de conhecimento hoje? Creio que não. [...] Quando confrontados com o aprendizado em ambientes complexos, precisamos mais de algo como um aprendizado direcionado pela rede (network-directed learning) – aprendizado que é formado, influenciado e direcionado de acordo com o modo pelo qual estamos conectados aos outros. Em vez de criar significados no isolamento, baseamo-nos em redes sociais, tecnológicas e informacionais para direcionar nossas atividades.Anderson e Dron, em Three generations of distance education pedagogy (2011), discutem três gerações de pedagogias para EaD: behaviorismo-cognitivismo, socioconstrutivismo e conectivismo. Segundo os autores, com o conectivismo a interação em EaD move-se para além das consultas individuais com o professor (pedagogia behaviorista-cognitivista) e das interações em grupos e limites dos AVAs (pedagogia construtivista). As atividades dos alunos são refletidas em suas contribuições em wikis, Twitter, discussões de texto e voz e outras ferramentas de rede.
Ao contrário de pedagogias anteriores, o professor não é o único responsável pela definição, geração ou atribuição de conteúdo. Em vez disso, os alunos e os professores colaboram para criar o conteúdo do estudo, e no processo recriam esse conteúdo para uso futuro por outros, com os alunos ensinando aos professores e uns aos outros. No espaço conectivista, a estrutura está desigualmente distribuída e é em geral emergente, e essa emergência raramente leva a uma estrutura otimamente eficiente para atingir objetivos de aprendizagem. No recente post MOOCs and Connectivist Instructional Design (27/10/2012), Geoff Cain afirma sobre o conectivismo e os MOOCs:
Estamos muito longe do modelo ADDIE de design instrucional. Não há nenhum modelo típico de design instrucional que possa explicar o que está acontecendo aqui.George Siemens já tinha explorado o tema no pioneiro MOOC Connectivism and Connective Knowledge (CCK08) em Instructional Design and Connectivism.
Para Anderson e Don, os modelos behavioristas-cognitivistas seriam teorias de ensino, enquanto os modelos socioconstrutivistas seriam teorias de aprendizagem, com ambos ainda se traduzindo adequadamente em métodos e processos de ensino. Os modelos conectivistas, por sua vez, seriam teorias do conhecimento, o que torna difícil sua tradução em formas de aprender e, ainda mais difícil, em formas de ensinar.
Modelos pedagógicos behavioristas-cognitivistas surgiram em um ambiente tecnológico que restringia a comunicação para a pré-Web, em modos um-para-um e um-para-muitos; o socioconstrutivismo floresceu na Web 1.0, no contexto tecnológico muitos-para-muitos; e o conectivismo é pelo menos em parte um produto de um mundo Web 2,0, em rede.
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