sábado, 4 de junho de 2016


Aprendizagem em ambientes virtuais: teorias, conectivismo e MOOCs








Conectivismo é uma teoria de aprendizagem utilizada em ciência da computação que se baseia na premissa de que o conhecimento existe no mundo ao contrário do que rezam outras Teorias da Aprendizagem que afirmam que simplesmente existe na cabeça de um indivíduo.



O conhecimento conectivo baseia-se no reconhecimento de padrões em rede. Para que um determinado padrão tenha significado, tem de ser reconhecido, ou seja, a construção do conhecimento é a combinação de dois elementos: a percepção (o padrão a reconhecer) e o perceptor (quem reconhece).

Downes (2005), em An Introduction to Connective Knowledge, defende que o conhecimento conectivo representa uma terceira categoria de conhecimento:


A property of one entity must lead to or become a property of another entity in order for them to be considered connected; the knowledge that results from such connections is connective knowledge. This is more than just the existence of a relation between one entity and another; it implies interaction.


O conhecimento produzido por esta interacção distingue-se do conhecimento probabilístico, um tipo de conhecimento quantitativo, que apenas observa a distribuição e comparação entre dados; é também mais do que a mera comparação de qualidades (conhecimento qualitativo).


Nas palavras de Downes (2005):


Connective knowledge requires an interaction. More to the point, connective knowledge is knowledge of the connection. If Janet votes a certain way because I told her to, an interaction has taken place and a connection has been established. The knowledge thus observed consists not in how Janet and I will vote, nor in how many of us will vote, but rather, in the observation that there is this type of connection between myself and Janet.


Face à incapacidade das teorias de aprendizagem mais usadas no desenho de ambientes instrucionais (O  Behaviorismo, o Cognitivismo e o Construtivismo) de darem resposta à nova realidade imposta pelo avanço da tecnologia e que se traduz nas mais variadas formas de comunicação e aprendizagem formal, informal e não formal, Siemens (2004) propõe uma alternativa para a era digital, o Conectivismo como nova teoria da aprendizagem, no artigo Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age.


Todas as existentes teorias da aprendizagem partem da noção de que o conhecimento é um objectivo (ou um estado) de que é possível apropriar-se quer através de raciocínio ou experiências.


Estas teorias estão focadas no próprio processo de aprendizagem, e não no valor do que está a ser aprendido. Num mundo em rede, vale a pena explorar a própria forma de adquirir informações. 

A necessidade de avaliar o valor de aprender alguma coisa é uma meta-competência que é aplicada antes mesmo da aprendizagem propriamente dita ter início. Quando o conhecimento é escasso, o processo de avaliação do valor presume-se ser intrínseco à aprendizagem. 

Quando o conhecimento é abundante e há um constante aumento da informação, a rápida avaliação do conhecimento revela-se importante. A capacidade de sintetizar e reconhecer conexões e padrões é uma competência valiosa.


O Conectivismo surge com os pressupostos de que a aprendizagem, vinculada à tecnologia, parte do caos, da rede e de teorias de complexidade e de auto-organização. A aprendizagem pode residir fora de nós mesmos (dentro de uma organização ou um banco de dados), centra-se sobre a ligação fixa de informação especializada, e as conexões que nos permitem aprender mais são mais importantes do que o nosso estado actual de conhecimento.


The pipe is more important than the content within the pipe. Our ability to learn what we need for tomorrow is more important than what we know today. A real challenge for any learning theory is to actuate known knowledge at the point of application. When knowledge, however, is needed, but not known, the ability to plug into sources to meet the requirements becomes a vital skill. As knowledge continues to grow and evolve, access to what is needed is more important than what the learner currently possesses.


Siemens (2004


Estes são os princípios que o Conectivismo de Siemens postula:

Aprendizagem e conhecimento assentam na diversidade de pareceres.

A aprendizagem é um processo de conectar elos especializados ou fontes de informação.

A aprendizagem pode residir em mecanismos não-humanos.

A capacidade para conhecer mais é mais importante do que aquilo que é actualmente conhecido.


Fomentar e manter conexões é necessário para facilitar a aprendizagem contínua

.A capacidade de ver conexões entre áreas, ideias e conceitos é uma competência nuclear.


A conservação de um conhecimento exato e atual é a intenção de todas as atividades de aprendizagem conectivas.


O Processo de tomada de decisão é em si um processo de aprendizagem. Escolher o que aprender e o significado da informação recebida deve ser visto à luz de uma nova realidade: embora haja uma resposta certa agora, ela pode ser errada amanhã devido a alterações nas informações que afetam a decisão.









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