Práticas Pedagógicas Inovadoras
Práticas e metodologias inovadoras são muito mais raras na Educação Superior do que em outros níveis de ensino. Os professores das universidades são geralmente avessos a mudanças por estarem ligados à uma concepção de ciência e educação tradicionais. Segundo Zabalza (2006) "na recente tradição universitária, a docência em si mesma não constituía um assunto relevante para a universidade, como instituição. Estando garantida a presença dos alunos, não existia nenhuma pressão para justificar a qualidade do processo formativo”.
Para este autor (op cit), a Didática Universitária, atividade que nós, professores da educação superior, realizamos em sala de aula, laboratórios e outros espaços de ensino, é bem mais desvalorizada do que as demais atividades que o docente universitário desenvolve, como pesquisa e extensão.
Contudo, essa realidade está se modificando, considerando-se a importância da formação profissional dos alunos e a necessidade de refletir sobre o tipo dessa formação e o papel da pedagogia nesse processo. Dessa forma, considerar o sujeito aprendente como principal ator nesse processo, como já vem ocorrendo há mais tempo na educação básica, passou a ser preocupação também dos professores universitários. E considerar esse processo formativo requer pensar percursos e estratégias de aprendizagem condizentes com o contexto social e tecnológico em que vivemos.
Diversos professores, já conscientes dessa realidade buscam desenvolver práticas diferenciadas do tradicional ensino bancário (FREIRE, 2002) e sugerem estratégias mais colaborativas entre os estudantes e outras práticas que promovam uma construção e apropriação significativa dos conteúdos, habilidades e competências necessárias para a formação profissional e humana de seus alunos.
Nesse sentido, a Proacad e a DDE estão desenvolvendo um projeto de "Inovação pedagógica" que pretende conhecer as práticas inovadoras já desenvolvidas por professores da UFPE, socializar essas práticas e buscar motivar os professores na busca por uma formação mais significativa e humanizadora.
No contexto deste projeto, é considerada a complexidade do cenário atual que envolve o ensino superior e suas crises, como: o papel e o trabalho do professor, o protagonismo estudantil, a lógica do conteúdo abordado (disciplinas, currículos e experiências), o valor da perícia profissional x saber socialmente situado, dimensão ética e valores sociais (CUNHA, 2006). Este cenário desafia os docentes a modificar suas práticas de ensino na perspectiva de proporcionar uma melhor aprendizagem para os discentes, ampliando sua prática para além da dimensão técnica/científica de sua formação, requerendo saberes de diferentes natureza e práticas inovadoras através de rupturas com a prática de ensino tradicional.
O conceito de inovação pedagógica para Cunha (2006), "requer uma ruptura necessária que permita reconfigurar o conhecimento para além das regularidades propostas pela modernidade. Ainda neste sentido, não apenas considera a inclusão de novidades e tecnologias, mas também uma mudança na forma de entender o conhecimento."
Cunha (2006), considera como características inovadoras:
- a ruptura com a forma tradicional de ensinar e aprender;
- a gestão participativa com a atuação dos estudantes na definição de percursos e critérios no ensino;
- a reconfiguração de saberes incluindo também competências, arte, vivências pessoais;
- a reoganização da relação entre a teoria e a prática;
- a modificação da percepção da concepção, desenvolvimento e avaliação da experiência no ensino/aprendizagem;
- a mediação do docente assumindo relações sócio-afetivas com os alunos como condição de aprendizagem significativa (subjetividade, conhecimento);
- o protagonismo como condição para aprendizagem significativa, reconhecendo que tanto estudantes quanto professores são sujeitos da prática pedagógica estimulando a produção de conhecimento pelos estudantes.
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