Infra-estrutura escolar e a relação com o processo de
aprendizagem
Analisar o espaço escolar é um fator importante para que se possa compreender sua relação com a aprendizagem. Uma escola sem uma estrutura física adequada pode criar num aluno um quadro mental de abandono ou de desvalorização da educação pelo Estado e até mesmo pela sociedade.
O espaço da escola não é apenas um 'continente', um recipiente que abriga alunos, livros, professores, um local em que se realizam atividades de aprendizagem. Mas é também um 'conteúdo', ele mesmo é educativo. Escola é mais do que quatro paredes; é clima, espírito de trabalho, produção de aprendizagem, relações sociais de formação de pessoas. O espaço tem que gerar idéias, sentimentos, movimentos no sentido da busca do conhecimento; tem que despertar interesse em aprender; além de ser alegre aprazível e confortável, tem que ser pedagógico. Há uma 'docência do espaço'. Os alunos aprendem dele lições sobre a relação entre o corpo e a mente, o movimento e o pensamento, o silêncio e o barulho do trabalho, que constroem conhecimento (FUNDESCOLA/MEC, 2006).
É de grande relevância que a infraestrutura e o espaço físico de um ambiente escolar tenham sua devida importância não só pelas suas dimensões geométricas, mas também pelas suas dimensões sociais. Mediante a esses fatos, é indispensável que tanto a infraestrutura quanto o espaço físico escolar passem a serem objetos de observação. Segundo Vygotsky, "o ser humano cresce num ambiente social e a interação com outras pessoas, é essencial ao seu desenvolvimento" (apud DAVIS e OLIVEIRA, 1993, p. 560) sendo assim, nada como um local estimulante e ao mesmo tempo um local desafiador para que o aluno possa desenvolver suas atividades estudantis, e acima de tudo, um local onde o aluno possa desenvolver seu senso crítico. Por outro lado, para os educadores, o espaço educacional deve ser um local onde eles compreendam como seu aluno se apercebe da realidade e do cotidiano do dia a dia. Dessa forma a escola cumpre um dos seus papéis perante a sociedade.
A escola estadual de ensino médio Major Guapindaia está localizada na Rua Padre Chiquinho, bairro Liberdade na cidade de Porto Velho, que em parceria com a Universidade Federal de Rondônia por meio do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) desenvolve atividades que visam melhorar o rendimento escolar de alunos nas disciplinas de química, biologia e física. Para o desenvolvimento de tais atividades, a escola dispõe de bolsistas estagiários nessas disciplinas que auxiliam nesse desenvolvimento.
DESCRIÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO
Atualmente a estrutura física da escola Major Guapindaia dispõe de 01 sala de diretoria; 01 sala de secretaria; 01 sala de professores; 01 sala de coordenação; 01 sala de portaria, todas bem estruturadas; 01 guarita de segurança; 01 pátio amplo e coberto; 12 salas de aula, todas com ar condicionado; 01 laboratório de ciências devidamente organizado; 01 laboratório de informática amplo com um monitor disponível; 01 biblioteca organizada; 01sala de recursos áudio-visuais; 01 sala de multimeios; 01 auditório amplo, com cadeiras confortáveis, palco e ambiente refrigerado; 01 quadra coberta de esportes equipada para vôlei, futsal e basquete; 01 cantina pequena; 01 quadra não coberta para a prática de vôlei; 01 quadra não coberta para a prática de futebol; 01sala reservada para a Associação de Pais e Professores (APP) e 01 sala reservada para grêmio estudantil. É importante ressaltar que a escola não possui refeitório e nem cozinha, possui apenas uma sala que é utilizada como copa sendo utilizada pelos funcionários da cantina.
DESCRIÇÃO DO SETOR ADMINISTRATIVO
Na administração escolar: A escola possui 01 diretora, 01 vice-diretora, ambas formadas em pedagogia; 01 secretário com formação escolar em nível médio, 03 inspetores, sendo que dois destes possuem nível médio e um está terminando o ensino superior; 08 vigilantes, dois possuem apenas o nível fundamental, os demais possuem nível médio; 02 faxineiras com nível médio. No apoio técnico: A escola conta com 02 supervisores com formação escolar em nível médio, 01 técnico em informática, 03 bibliotecários. A escola possui o seguinte corpo docente 03 professores de química, sendo que apenas um possui formação em química; 03 professores de biologia; 03 professores de física, apenas um é formado em física; 03 professores de matemática; 03 professores de história; 03 professores de geografia; 02 professores de filosofia, um formado em história e o outro em administração; 02 professores de sociologia um formado em psicologia e outro formado em letras; 03 professores de língua portuguesa; 03 professores de língua inglesa.
No início do ano de 2009, foram matriculados 375 alunos no 1º ano dos três turnos; 325 no 2º ano também dos três turnos e 273 no 3º ano, totalizando 973 alunos devidamente matriculados. Os alunos de educação especial e do EJA já estão incluídos nesses dados. Estes dados foram obtidos na secretaria da escola.
O PAPEL DO ESPAÇO FÍSICO NA APRENDIZAGEM
O espaço físico escolar é muito importante para os alunos visto que eles passam parte de sua vida presente neste ambiente e não apenas para serem educados, mas também para aprenderem a se socializar com as demais pessoas ao seu redor. Segundo Piaget (apud KRAMER, 2000, p.29) "o desenvolvimento resulta de combinações entre que o organismo traz e as circunstâncias oferecidas pelo meio [...] e os esquemas de assimilação vão se modificando progressivamente, considerando estágios de desenvolvimento", portanto, pode-se dizer que a aprendizagem tem certa relação com o espaço físico em que se desenvolve uma atividade de ensino. O espaço físico e estrutural de uma escola deve ser organizado de modo que atenda as necessidades sociais, cognitivas e motoras do aluno.
Ao se propor uma estruturação e organização de um ambiente escolar, deve-se levar em conta o tipo de atividade que será executada em tal ambiente. A exemplo cita-se o planejamento de construção de uma quadra de esportes. Quais esportes serão praticados? É necessária a construção de arquibancadas? O mesmo se dá na construção de laboratórios de ciências. Que tipos de aulas serão ministradas? Que tipo de equipamentos será necessário para que as aulas sejam ministradas? Na construção do pátio escolar também não é diferente: que tipo de atividade pedagógica pode ser desenvolvida em tal espaço? Tais questionamentos devem ser levados em conta visto que, o "Estado tem o dever de garantir padrões mínimos de qualidade de ensino definido como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem". (BRASIL, 1999, p.40).
Nesse ponto, pode-se afirmar que a estrutura física da escola Major Guapindaia cumpre bem seu papel na aprendizagem, pois a estrutura física descrita anteriormente proporciona aos alunos padrões de qualidade que lhes permitem atender suas necessidades sociais, cognitivas e motoras. O ambiente em questão permite ainda que os alunos exerçam atividades culturais no auditório da escola e proporciona aos funcionários daquele local o exercício de suas atividades de maneira satisfatória. É importante citar que o único aspecto negativo encontrado em toda a estrutura analisada é o atual estado das duas quadras não cobertas e que se encontram em condições precárias ficando inapropriadas para o desenvolvimento de quaisquer atividades.
O ESPAÇO ESCOLAR E A EDUCAÇÃO ESPECIAL
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, "Entende-se por Educação especial, para os efeitos desta lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiais". (BRASIL, 1996).
Neste caso torna-se mais indispensável ainda um planejamento maior quanto à estruturação de um ambiente escolar, pois de acordo com o artigo 3°da LDB lei nº 9394/96, o ensino deve ser ministrado com base em certos princípios tais como igualdade de condições para o acesso de permanência na escola e liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber. Mediante a esses fatos, deve-se organizar uma estrutura que atenda esses princípios levando em conta o tipo de necessidade especial.
A escola pesquisada possui educação especial para os deficientes auditivos, onde se tem a presença de um intérprete em língua brasileira de sinais que auxilia nas aulas ministradas.
ESPAÇO FÍSICO E AS RELAÇÕES AFETIVAS
O ambiente escolar torna-se um meio de convívio social e de lazer, portanto um fator influente no desenvolvimento da capacidade moral do aluno que buscará cada vez mais se integrar com as pessoas a sua volta. Tem-se assim, a necessidade de um ambiente que forneça subsídios para tal integração. Estudar num ambiente agradável, reconhecendo a variedade de circunstâncias que cada escola apresenta, pode contribuir positivamente no processo de aprendizagem e ao mesmo tempo tornar-se estimulante.
Por outro lado, estudar em um local onde as estruturas são precárias onde se tem péssimas condições estruturais pode desestimular ou até mesmo contribuir para um possível afastamento do aluno da escola. Um ambiente com recursos estruturais escassos torna-se um ambiente sem vida e sem a menor chance de promover qualquer tipo de atividade instrutiva.
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