quinta-feira, 26 de maio de 2016


Será que o que é ensinado na escola prepara os jovens para a vida em sociedade?

Prepara para a faculdade, o mercado de trabalho, o exercício da cidadania?



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Em outras palavras, será que a escola está conseguindo preparar os jovens para que sejam capazes de concretizar os seus diferentes projetos de vida?
A pesquisa Projeto de Vida, feita pela Fundação Lemann, com apoio técnico do Movimento Todos pela Educação, buscou respostas para essas perguntas e demonstra que há uma grande desconexão entre o que se ensina na escola e o que os jovens precisam para seguir a vida.
Os resultados da pesquisa contribuem para o debate sobre o que se espera que alunos aprendam na escola, de forma que estejam preparados para uma vida plena e produtiva após a conclusão da Educação Básica. Esta é uma questão fundamental no momento em que o Ministério da Educação inicia o trabalho de construção da Base Nacional Comum, que irá definir os conhecimentos e habilidades que todos os alunos devem aprender.
Foram ouvidos jovens de 20 a 21 anos, que concluíram o Ensino Médio em escolas públicas e tiveram notas acima da média no Enem; empregadores; professores universitários; especialistas em educação e organizações da sociedade civil que atuam na formação e orientação dos jovens. Assim, pretendeu-se ter uma visão completa de todos os agentes envolvidos no momento em que um aluno brasileiro finaliza a escola.

“Quando comecei a trabalhar em loja, me perguntaram se eu tinha noção de inglês. Eu disse que sim, mas quando precisei, vi que não sabia nada.”
Jovem de Porto Alegre
O que se descobriu foi que mesmo estes jovens tendo tido um bom resultado no Enem, de acordo com seus empregadores e professores universitários eles têm dificuldades em conteúdos básicos: não conseguem escrever textos simples como e-mails e não conseguem interpretar matemática básica para calcular trocos.

“Aprendi um monte de coisa em matemática que não serviu para nada, mas quando tive que analisar uns gráficos, custei muito a entender.”
Jovem de Porto Alegre
Além disso, os alunos indicam que não veem aplicação prática no que aprendem na escola e não entendem como usar os conhecimentos nela aprendidos em seu futuro profissional ou acadêmico.

“Eu já tive jovens dispensados por não apresentarem nenhuma capacidade em trabalhar em equipe. Pessoas com conhecimentos sólidos, mas achavam que sabiam tudo e só viam uma forma de fazer…”
Empregador de Porto Alegre, comércio de pequeno porte
Assunto importante que apareceu espontaneamente na pesquisa, sem que tivesse sido mencionada pelos entrevistadores, foi a necessidade das chamadas habilidades socioemocionais. Professores e empregadores apontam que elas podem ser até mais importantes do que os “conteúdos” em si, e que muitas vezes não são desenvolvidas junto aos jovens.

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