quinta-feira, 26 de maio de 2016

AOS POUCOS, CULTURA MAKER CHEGA ÀS ESCOLAS

Aulas colaborativas deixam alunos mais interessados e estimulam criatividade

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Com passos pequenos, mas promissores, a cultura maker está chegando às escolas brasileiras. Por enquanto, as iniciativas são feitas em colégios privados de alto padrão ou lideradas por professores de instituições públicas interessados pelo assunto. De uma forma ou de outra, quem se beneficia com a novidade é o aluno, que trabalha a criatividade e fica mais motivado com o conteúdo das aulas.


Especialistas em educação defendem que o ensino maker pode formar cidadãos aptos a pensar fora da caixa. “O modelo atual é muito centrado na teoria e menos na imersão do sujeito na prática”, diz o professor de Psicologia Luciano Meira, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e especialista na relação entre cultura maker e aprendizado. As secretarias municipal e estadual de Educação de São Paulo confirmam que o tema não faz parte da política pública atual, mas que há professores à frente de iniciativas pontuais.


Nas escolas particulares, os laboratórios costumam ser bem equipados e contam com impressora 3D, cortadora a laser e fresadoras. O Colégio Visconde de Porto Seguro é um dos que têm estrutura bem consolidada para lidar com o universo maker. Algumas dessas aulas são dadas em inglês, por professores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).


Reforçar o “faça você mesmo” é outro aspecto desenvolvido nas aulas. Mas é preciso lembrar que a cultura maker não depende só das criações feitas em laboratório, segundo Tatiana Klix, gestora da Inspirare, ONG que desenvolve projetos para incentivar a inovação no ensino brasileiro. “É também colocar a mão na massa e aprender de forma mais engajadora e envolvente.”


Estes Espaços Makers....


O que é: a proposta do "faça você mesmo" é dar espaço e valorizar a criação, a descoberta, o pensar de forma diferente. Na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, importantes pesquisas têm sido feitas sobre o tema. Uma das iniciativas é o Fablab@School, desenvolvido pelo brasileiro Paulo Blikstein, professor da Faculdade de Educação de Stanford. O pesquisador tem implantado fablabs em escolas do mundo todo. Os espaços são preparados para desenvolver a criatividade e o empreendedorismo e são equipados com impressora 3D, cortadora a laser e instrumentos de robótica.

Como fazer: normalmente o movimento maker demanda um espaço físico a exemplo de um laboratório, onde sejam disponibilizados equipamentos como notebooks, impressora e óculos 3D, softwares e ferramentas. As atividades são desenvolvidas com foco no interesse dos estudantes. Para Paulo Blikstein, do FabLab@School, é fundamental que mais e mais as atividades ligadas ao movimento maker sejam incluídas no currículo como parte fundamental dele, e não apenas como atividades extracurriculares opcionais.

Dificuldades: entre as limitações da implantação de espaços como esse está o custo para a compra de todos os equipamentos necessários. No entanto, máquinas como impressoras 3D e notebooks estão se tornando mais acessíveis, o que pode contribuir para a redução do custo de montagem de um espaço maker nos próximos anos.

Na prática: no início deste ano, o Colégio Bandeirantes, em São Paulo (SP), transformou a antiga sala de informática no espaço-laboratório Hub, local onde professores e alunos do ensino fundamental e do ensino médio podem desenvolver projetos pessoais ou em grupo e fazer todo tipo de experimento. O espaço tem sido usado nos intervalos de aula e no contraturno, além de fazer parte do planejamento de aulas em algumas disciplinas - como ciências, artes, música, física e biologia - e projetos especiais, como a Feira da Ciência. Quem quiser também pode participar de oficinas sobre tecnologia e artes. "Queremos trabalhar a aprendizagem com mais experimentação e investigação", explica Emerson Bento Pereira, diretor de tecnologia educacional do Bandeirantes.




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