Conheça os games da sala de aula que ajudam até a detectar transtornos
Jogos educativos são usados para instigar o interesse do aluno e trabalhar habilidades cognitivas
Você é um rico proprietário de terras na Inglaterra do século XVIII e tem como missão contratar camponeses como força de trabalho e investir em métodos de produção mais eficientes. De repente, um surto de produtividade toma conta da vila e o preço dos alimentos que você produz caem drasticamente.
Como alternativa a esta forte crise, você decide se mudar para a cidade, uma promessa de prosperidade graças ao surgimento de tecnologias de manufatura de última geração, super modernas para a época.
Sua nova missão, agora, é abrir fábricas e fazer as cidades crescerem - afinal, os consumidores são a alma de seu negócio.
Aprender Revolução Industrial pode ser muito mais interessante na frente de um computador, dentro de um game, do que numa lousa, ainda que os jogos não bastem sozinhos para transmitir todos os conceitos importantes de uma disciplina.
O Industriali, jogo que aborda a Revolução Industrial, partiu de um centro de pesquisa da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), o Comunidades Virtuais, que se dedica exclusivamente ao desenvolvimento de jogos educativos.
O primeiro lançado pela instituição, em 2006, foi o Tríade, sobre a Revolução Francesa.
Mas hoje o centro soma mais de dez games, que abordam desde o sistema imunológico até raiz quadrática, que são abertos e gratuitos para quem quiser utilizar em sala de aula com os alunos. Basta fazer o download do aplicativo no site da instituição.
Os que justifica a necessidade da escola se adaptar à nova realidade do processo de aprendizagem está numa pergunta que ela mesma ouviu de um aluno um dia, durante um debate sobre Revolução Francesa: "aconteceu como em Assassin's Creed, né, professora?". Ainda que o não tenham o aprendizado enquanto objetivo, como é o caso do (violento) Assassin's Creed, alguns games permitem trabalhar o conteúdoprevisto na grade curricular assim mesmo. "Claro que haverá anacronismos por licença poética, mas jogos como esse permitem até fazer uma discussão da questão de gênero", defende. Mas os pais precisam fazer, sim, uma mediação daquilo que o filho joga, segundo Lynn, não apenas por uma questão de adequação do game à faixa etária do aluno, mas também para entender o que ele está assimilando de conteúdo.
O projeto mais recente do Comunidades Virtuais é uma plataforma desenvolvida para ajudar professores no ensino de alunos com necessidades especiais e déficit de atenção, batizada de Gamebook, que trabalha com conteúdo multimídia, como jogos, vídeos e audiolivros. O primeiro jogo dentro dessa plataforma é o Guardiões da Floresta. Com personagens do folclore brasileiro, o aluno é desafiado a solucionar problemas que irão exigir o treino de funções cognitivas importantes, como atenção, planejamento e memória.
CORTEZ, Ana Carolina. Conheça os games da sala de aula que ajudam até a detectar transtornos.
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